O que os olhos não vêm...

Você estava feliz da vida! Enterrando os restos mortais do ex, desencanando do paquera que se assumiu sem-futuro, lidando bem com o amor platônico que mora em Minas, parando de roer unha e as coisas bem que mereciam estar calmas mesmo. Nunca mais atendeu ligações constrangedoras, saudosas e magoadas do ex, não teve mais dores abdominais ao ver Fulano online, porque o computador dele deve ter quebrado e ele nunca mais entrou no MSN e Minas está tão longe que a saudade maior passou a ser do pão de queijo.

Agora o paquera. Estava sumido, e por você tudo bem. Já estava achando que era ponto sem nó, aqueles sem solução. Mas bem que há um mês, você estava toda apaixonadinha, mas sem incentivo a paquera vai ficando morna e esfria, é natural. Tá dando pra sentir o clima zen, né? Mas os meninos também usam golpes baixos e lá vem ele com uma caixinha na mão, trazendo um presentinho da viagem que fez para a casa da avó no sul da França. Tão fofo! Mas continua com aquele papo de relacionamento aberto...coração partido parte dois.

O mineiro? É liiiindo, fala assim, arrastado, olhando nos olhos e sorrindo o tempo inteiro. Um amor platônico cultivado por e-mail em formato de cartas cheias de poesia e fantasia. Aquelas coisas que por um triz não te roubam a paz. Resolve pegar um avião e vir te ver. Ai, meu Deus, ele é de carne e osso! Três dias, outro avião e ele volta pra casa. Vale chorar?

Bem que a vovó dizia: o que os olhos não vêm, o coração na sente. Pra que saber dos ficas do seu ex? Pra que ver de novo um paquera que você quer esquecer? Pra que reacender paixões já na prateleira? Tudo bem que na hora de escolher a gente marcou a opção com emoção, mas tem coisas que longe dos olhos não maltratam o coração. Isso é certo, mas existe outra verdade maior ainda, que todo coração machucado tem cura, tudo passa.

Sejam felizes, meninas!